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Um dia ele seguiu-me Da água onde eu morava Cumprimentou-me, fugiu-me E a outro dia lá estava Atirei-lhe de trapeira Da minha água furtada Uma rubra sardinheira Que se tornou mais corada Depois, nunca mais o vi Nem do seu olhar a chama Passou tempo, descobri Que ele morava na Alfama Uma noite, sem pensar Pus o meu xaile, meu lenço E fui atrás desse olhar Que deixara o meu suspenso Hoje moro onde ele mora Hoje durmo onde ele dorme E só olho por dentro e por fora Da minha alegria enorme
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