Lyrics

No rancho fundo bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade contam coisas da cidade No rancho fundo de olhar triste e profundo Um moreno — quantas mágoas! — tem os olhos rasos d'água Pobre moreno! Que de noite no sereno Espera a lua no terreiro, tendo um cigarro por companheiro Sem um aceno, ele pega da viola E a lua, por esmola, vem no quintal desse moreno No rancho fundo bem pra lá do fim do mundo Nunca mais houve alegria nem de noite nem de dia Os arvoredos já não contam mais segredos E a última palmeira já morreu na cordilheira Os passarinhos invernaram-se nos ninhos E tão triste essa tristeza enche de treva a natureza Tudo por quê? Só por causa do moreno Que era grande hoje é pequeno para uma casa de sapê Se Deus soubesse na tristeza lá na serra Mandaria lá pra cima todo amor que há na terra Porque o moreno vive doido de saudade Só por causa do veneno das mulheres da cidade Ele que era o cantor da primavera Que até tendo o rancho fundo, o céu melhor que há no mundo E o sol queimando, e uma flor lá desabrocha A montanha vai regando, lembrando o aroma da cabrocha
Writer(s): Babo Lamartine, Ary Evangelista Barroso Lyrics powered by www.musixmatch.com
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