Lyrics

Às vezes eu paro e reparo, fico a pensar Qual seria meu destino senão cantar? Um rejeitado, perdido no mundo, é um bom exemplo Irei fundo no assunto, fique atento A sarjeta é um lar não muito confortável O cheiro é ruim, insuportável O viaduto é o reduto nas noites de frio Onde muitos dormem, e outros morrem, ouviu? São chamados de indigentes pela sociedade A maioria negros, já não é segredo, nem novidade Vivem como ratos jogados, homens, mulheres, crianças Vítimas de uma ingrata herança A esperança é a primeira que morre E sobrevive a cada dia a certeza da eterna miséria O que se espera de um país decadente Onde o sistema é duro, cruel, intransigente Beco sem saída! Beco sem saída! Beco sem saída! Beco sem saída! Mas muitos não progridem na verdade porque assim querem Ficam inertes, não se movem, não se mexem Sabe por que se sujeitaram a essa situação? Não pergunte pra mim, tire você a conclusão Talvez a base disso tudo esteja em vocês mesmos E a consequência é o descrédito de nós, negros Por culpa de você, que não se valoriza Eu digo a verdade, você me ironiza A conclusão da sociedade é a mesma Que com frieza, não analisa, generaliza E só critica, o quadro não se altera e você ainda espera Que o dia de amanhã será bem melhor Você é manipulado, se finge de cego Agir desse modo, acha que é o mais certo Fica perdida a pergunta, de quem é a culpa Do poder, da mídia, minha ou sua? As ruas refletem a face oculta De um poema falso, que sobrevive às nossas custas A burguesia, conhecida como classe nobre Tem nojo e odeia a todos nós, negros pobres Por outro lado, adoram nossa pobreza Pois é dela que é feita sua maldita riqueza Beco sem saída! Beco sem saída! "É, meu mano KL Jay, o poder mente, ilude E domina a maioria da população, carente da educação e cultura E é dessa forma que eles querem que se proceda Não é verdade? (É, pode crê!)" Nascem, crescem, morrem, passam desapercebidos E a saída é esta vida bandida que levam roubando Matando, morrendo, entre si se acabando "Ei mano, dê-nos ouvidos!" Os poderosos ignoram os direitos iguais Desprezam e dizem que vivam como mendigos a mais Não sou um mártir que um dia irá te salvar No momento certo, você pode se condenar Não jogamos a culpa em quem não tem culpa Só falamos a verdade e a nossa parte você sabe de cor Atravesse essa muralha imaginária Em sua cabeça, sem ter medo de falhas Se conseguiram derrubar uma muralha real, de pedra Você pode conseguir derrubar esta Leia, ouça, escute, ache certo ou errado Mas meu amigo, não fique parado Senão isso tudo vai ser apenas um grito solitário Em um porão fechado, tome cuidado, esqueça o grande ditado "Cada um por si!" Siga concordando com tudo que eu digo (normal) Pois pra você parece mais um artigo (jornal) Esse é o meu ponto de vista, não sou um moralista Deixe de ser egoísta, meu camarada, persista É só uma questão: Será que você é capaz de lutar? É difícil, mas não custa nada tentar "Ei cara, o sentido disto tudo está em você mesmo Pare, pense e acorde, antes que seja tarde demais O dia de amanhã te espera, morô? Edi Rock, KL Jay, Racionais!" Beco sem saída! (Pode crê, né não?) Beco sem saída! (Aí mano...) Beco sem saída! (Certo!) Beco sem saída! Beco sem saída! Beco sem saída! Beco... Beco... Beco sem saída! Beco sem saída! Beco sem saída!
Writer(s): Mano Brown Lyrics powered by www.musixmatch.com
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