Correndo na areia, a areia sob o sol, o sol que pela os pés
As pernas a pular, pular para contar, contar de um a dez
Brincar até cair, cair no mela-mela, o mel da multidão
Se sente inseguro, seguro a sua mão, mão na mão, mão na mão
A banda vai passar, a gente continua a passar também
Eu vejo em seu olhar o que se insinua, nos olhos o que mais têm
Sem dizer muito, já se diz muito, isso é tão coisa de irmão
Correndo pela rua, a rua sob a lua, a luz da lua em fé
Pise fundo, acelere, pise até o fim, no fim não ponha ré
Beber até cair, cair no meio-fio, no fio de alta tensão
Aqui não é seguro, segura minha mão, mão na mão, mão na mão
Essa dor vai passar e a gente continua a passar tão bem
Tá em outro lugar, sem parecer estar, já não dói em ninguém
Sem dizer tanto, já se diz tanto, isso é tão coisa de irmão
Correndo pelo chão, o chão de piso frio, o frio que gela os pés
Deslizar no alvo, o alvo que te cobre, e cobra este revés
Viver até sentir, sentir-se entre tantos, tanta solidão
Eu lhe seguro, seguro suas mãos, mão na mão, mão na mão
Todo mundo passa, como todo mundo, vamos passar também
Vejo em seu rosto, o riso que me afaga e faz pensar além
Sem dizer nada, não diga nada, não foi em vão, coisa de irmão
Correndo na areia, a areia sob a lua,
a lua gela os pés,
as pernas a pular, pular até o fim, o fim deste revés
Irmão
Adaptation originale de Nicola Són et Igor Ribeiro de LES MOTS D'AMOUR
