(Essa música vai pro seu Zé Pedro, que está vivo!)
Quando eu chegava da caçada na Fazenda
A criançada se alegrava no quintal
Meu aparelho não encaixa na tomada da cidade
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
O mundo é o mesmo, mas o tempo já é outro
Pra cada dia tinha um santo pra rezar
Fruta nativa vitamina a Nova Festa do Jussara
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
Trezentos anos cultivando o ambiente
Da praia, terra, rio, serra, mar e ar
A liberdade é dar a mão a quem respeita cada qual
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
Banana verde entra no azul marinho
Como a lavoura do sertão entra no mar
E na salada quilombola o coração do bananal
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
A roda d'água faz farinha de mandioca
O azul marinho é com banana e cará
E com baiaco, peixe galo, jangolengo ou carapau
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
O da Fazenda, o Campinho e o Caçandoca
Itamambuca, Bracuí e Camburi
Quilombos desde Angra dos Reis quase beirando Caraguá
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
A rodovia no jardim do caiçara
Trouxe aos berçários muita morte ambiental
Caiçara, índio, quilombola ensinam a regenerar
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
Praia da Almada, do Bonete e do Estaleiro
É bagre e bugre, amborê e lambari
Puruba e Ubatimirim: robalo, anchova e embetar
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
Em água doce vem espada e vem dourado
Pesca da Aldeia Boa Vista em Prumirim
E em Barra Seca e Corcovado vem cavala e vem linguado
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
Quando o marinho for moeda desta costa
Comunidade monta um banco aposta em si
Servindo pão de mel de abelha sem ferrão na Picinguaba
Olha o degrau, olha o degrau, olha o degrau!
(Olha o degrau!)
(Olha o degrau!)
(Olha o degrau!)
(Olha o degrau!)
(Olha o degrau!)
(Olha o degrau!)
(Olha o degrau!)