Carvão

Se alguém me mina a tinta extraio carvão e voo com o lápis Isto é a até colar pisto Deixo a rima à deriva distraio-me Enquanto encontro o raio disto O círculo no qual eu me insiro Tou a diminuí-lo até ficar um ponto p'onde Ouve, tu não vais andar Não me custa queimar pontes Ponto, ponto pronto eu só sei divagar Tou a diminuí-lo até ficar um ponto p'onde Ouve, tu não vais andar Não me custa queimar pontes Ponto, ponto pronto eu só sei divagar Vê que um gajo costuma tar Na paz não custa matar Beats até que o estômago abre Espaço, mano és tão macabro Eu acho que é hoje que eu me acabo Asco e ouso ter uma cabra e casco E osso tão marcado que acho que ouço o meu passado A vaguear ao deus dará Eu sento a contemplar o caos que o teu adeus dará A semear sem alvará nós estamos entrecampos Que ouve, nem o Álvaro há Se alguém me mina a tinta extraio carvão e voo com o lápis Isto é a até colar pisto Deixo a rima à deriva distraio-me Enquanto encontro o raio disto O círculo no qual eu me insiro Tou a diminuí-lo até ficar um ponto p'onde Ouve, tu não vais andar Não me custa queimar pontes Ponto, ponto pronto eu só sei divagar E se eu tiver um quarto no Júlio de Matos Juro vai ser com um quarto com vista pro mar Quem diz que não há mar em Alvalade? É só imaginá-lo a entrar Quem diz que não há azul esverdeado? É só ver-te a usá-lo Quem diz que nunca viu verde azulado Nunca viu o céu zoomado Nem provou o doce amargo Nunca choveu no molhado Nunca se viu humilhado Eu juro que o milho há-de Um dia ser pipoca mano Depende da moca Com que vais olhar para o quadro Vou alugar um quarto no Júlio de Matos E agora cabe-te dizer se queres Partilhá-lo ao meu lado Se alguém me mina a tinta extraio carvão e voo com o lápis Isto é a até colar pisto Deixo a rima à deriva distraio-me Enquanto encontro o raio disto O círculo no qual eu me insiro