Eu queria deitar as armas todas no chão
Queria sentir o cheiro da terra entre os dedos da tua mão
Rastejar a floresta atrás do teu hábito antigo
De tirar o café da manhã só para me veres acordar feliz
Mas não me vinhas ver
Não me vinhas ver
Não me vinhas ver
Não me vinhas ver
Não me vinhas ver
Rasgar a roupa para te mostrar mais de mim
Fazer de conta que não estou quando só queres estar sozinho
Sair de casa para teres espaço só para ti
E ter motivos para voltar que só dependessem de mim
Mas o amor cega-me às vezes
A dor cega-me às vezes
Pensar que não te vou poder tocar cega-me às vezes
Leva-me de novo
Leva-me de novo ao sítio onde te lembras de nós
O lugar da tua perna ainda me tira o sono
Naquele tempo não sabia que o espaço tinha perdido o nome
Era o lugar certo onde me encostar
Mas lembrava-me da possibilidade de um dia não quereres ficar
E tu dizias sempre
Eu dizia sempre
Vamos dormir que o quarto acaba sempre que o sono chegar
Leva-me de novo
Leva-me de novo ao sítio onde te lembras de nós
Eu quero acordar de novo no meio dos girassóis
Levantar-me cedo sem ter medo de seguir o sol
Quero deitar-me entre as folhas para não dormir a sós
Seguir pegadas até à casa onde fomos sempre um só
Quero uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Quero uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Quero uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Quero uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
Uma vida a dois
