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Quando isto acabar vamos ficar todos bem! Quando isto acabar vamos ficar todos bem! Todos quem? Todos os que vivem bem? Todos os que vivem em? Lisboa, Londres, Paris, Berlim Nova Iorque, Moscovo, Pequim Ou no lado se-bem de Jerusalém No hemisfério certo Pra cá de Atenas Ou bem mais perto Do projecto de barbárie A que se chama civilização Eles e nós, deles e nosso A norte ou a ocidente dos destroços A norte ou a ocidente das ruínas A norte ou a ocidente da chacina A norte ou a ocidente da linha que nos divide A norte ou a ocidente da linha onde a fome e os tiros Já mataram bem mais que o Covid A norte ou a ocidente da linha que nos separa Entre vítimas ou danos colaterais Cidadãos ou refugiados, turistas ou migrantes Doentes ou cobaias, nada mais que números Obliterados no obituário do fluxo de mercadorias e bens materiais Quando isto acabar vamos ficar todos bem! Todos os que vivem sem? Todos os que vivem além Mediterrâneo/ Todos os que vivem aquém Dessa comida que vai ficar de lado do nosso prato Só porque o nosso padrão de vida é mentira Só porque o nosso padrão de vida e quem atira Bombas a partir de drones pilotados à distância E carroçarias de pick-ups Alimentadas pela negócio do medo da ira Pela normalização da violência Entre comerciais de operadoras de smartphones e automóveis bem mais Importantes que doze milhões de crianças que a esta hora delira Dos 800 milhões que a esta hora passa fome Shiiiit. Scroll, muda, tira Vira... o disco e toca o mesmo Vira... a câmera para ti e tira Uma selfie... tira Enquanto alguém atira Tira... tira... O teu silêncio também atira O teu silêncio também é tira... nia O meu silêncio também atira... contra Todos os que vivem No porão da falsa abundância Ou no porém da democracia Nos parêntesis dos direitos E nas reticências da paz Nas chavetas da hipocrisia Todos quem Custar para encher os depósitos da União Europeia As baterias de smartphone dos Estados Unidos As barrigas da China Os cofres de Israel As garagens dos Emirados Árabes Unidos Todos quem? Todos os que concordam Com o roncar das bombas e o ruir dos edifícios ou Todos os que acordam Com o roncar das bombas e o ruir dos edifícios Todos os que Ganhe quem ganhar à boca das urnas do ocidente Hão de continuar a chorar nas urnas da sua gente Atravessada por orifícios de balas Por artifícios de informação A que se chama agora verdade Para quem só quer ver com talas E mortes... já nem contá-las Quando isto acabar vamos ficar todos bem Todos o que contam acima da linha de água Todos os que contam Porque vivem pra cá do fosso Mas podem ir furar aquele poço Vivem pra cá do mar Mas podem ir garimpar Vivem pra cá da fronteira Mas podem ir buscar tudo o que quiserem onde quiserem Basta atear a fogueira Deixar queimar e ir recolher dividendos Num mundo onde a vida depende dos Lados do arame farpado em que se está Mas nós vamos ficar bem Pois tasse bem do lado de cá Quando isto acabar vamos ficar todos bem No lado de cá Da questão do assunto Do post do comente do blablabla Porque o Congo a Palestina ou o Iémen não são todos São ninguém Quando isto acabar vamos ficar todos bem! Todos quem?
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