Travesseiro

Um, dois, três Um, dois, três Tá tudo bem Nem me lembro como faz Tenho deixado uma casca no lugar Abri a janela pra sentir o vento À espera de algo que não vai voltar Sentado no estúdio, vendo a madrugada Pensando em como nunca irá passar Semana passada, em tantos lugares E como eu não consegui me encontrar Todos perguntam como eu tô Eu tô bem distante (bem distante) Algo me levou Mas não diz pra eles que eu não vou voltar Eu pensei em formas de não preocupar Mas nenhuma delas é sem machucar Ninguém sabe o peso até carregar Vozes gritam alto, dizem pra eu parar Eu parei pra pensar Não sarou, não curou Eu voltei pra tentar Sem ter algo certo, sem ter algum plano Ainda carregando o peso que eu passei Não chove lá fora, chove aqui dentro Mas ainda me lembro a frase do Sensei Sorrir sem pensar, errar sem pesar Chorar pra sarar, falar e dispersar Dormir sem pensar, nas coisas que dói Até o travesseiro merece o melhor de nós Sorrir sem pensar, errar sem pesar Chorar pra sarar, falar e dispersar Dormir sem pensar, nas coisas que dói Até o travesseiro merece o melhor de nós Como eu pensei, mas a noite me dói Sem enfrentar, nós não somos heróis Aquilo que a Morgana disse Tão certo pra ser um palpite A dor não tem como evitar nem como não sentir Ela simplesmente existe Sempre detestei final triste Eu parei pra pensar Não sarou nem curou, eu deixei de tentar Buscando a melodia certa Remédio pra ferida aberta Dá paz na ausência da guerra Pensando eu quero morar nela Algum dia todos nós vamos Nós vamos partir Não sei porque valorizamos tanto algo daqui Não vou dizer que vou ficar Com tanta vontade de ir Aqui ou em qualquer lugar Eu só quero aprender que Sorrir sem pensar, errar sem pesar Chorar pra sarar, falar e dispersar Dormir sem pensar, nas coisas que dói Até o travesseiro merece o melhor de nós