Listen to Boiadeiro / Cigarro de Paia (Ao Vivo) by Luiz Gonzaga

Boiadeiro / Cigarro de Paia (Ao Vivo)

Luiz Gonzaga

Brazilian

1,084 Shazams

Lyrics

Vai, boiadeiro, que a noite já vem Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem De manhãzinha, quando eu sigo pela estrada Minha boiada, pra invernada, eu vou levar São dez cabeça', é muito pouco, é quase nada Mas não tem outras mais bonitas no lugar Vai boiadeiro, que o dia já vem Leva o teu gado e vai pensando no teu bem De tardezinha, quando eu venho pela estrada A fiarada' tá todinha me esperando São dez fiínho', é muito pouco, é quase nada Mas não tem outros mais bonitos no lugar Vai, boiadeiro, que a tarde já vem Leva o teu gado e vai pensando no teu bem Ê, gado! Ê, gado! Ê, lá, ô, gado! Uh, gado! E quando eu chego na cancela da morada Minha Rosinha vem correndo me abraçar É pequenina, é miudinha, é quase nada Mas não tem outra mais bonita no lugar Vai, boiadeiro, que a noite já vem Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem Meu cigarro de paia' Meu cavalo ligeiro Minha rede de maia' Meu cachorro perdigueiro Quando a manhã vai clareando Deixo a rede a balançar No meu cavalo, vou montando Deixo o cão pra vigiar 'Cendo um cigarro, vez em quando Pra esquecer de me alembrar' Que só me falta uma bonita morena Pra mais nada, me faltar Que só me falta uma bonita morena Pra mais nada, me faltar Eu sou um caboco' feliz Se eu nascesse de novo Eu queria ser o mesmo Manuel Luiz Se eu nascesse de novo e pudesse escolher Mais do que eu sou, não queria ser Eu queria nascer na fazenda da Caiçara Lá em Exu, Pernambuco Mermo' na divisinha do Ceará É por isso que eu costumo dizer Que uma banda minha é pernambucana A outra banda é cearense Quando eu, ah, quero nem dizer Quando eu ficasse taludinho assim Eu queria logo comprar logo uma sanfona Pra ajudar meu pai nos toque', lá nos forró' Eu queria ser fi' de Januário mesmo e de Dona Santana Mais do que eu sou, não queria ser, não sinhô' Se eu nascesse de novo e pudesse escolher Ah, quando chegasse 1930, eu entrava no colégio 18 anos de idade Colégio do pobre é o, é o Exército brasileiro Sentava braço Fazia revolução como o diabo Não dava nem um tiro Eita, Brasil bom danado! Ah, eu queria ser o rei do baião Mas não era mole, não, meu irmão Quando eu chegasse no Rio de Janeiro em 39 Eu ia tocar na zona violenta, da pesada, lá no mangue Correndo do pino nos gringo' Queria ser tudo isso, oxente Eu queria ser o rei do baião Até que uma certa noite chegasse lá, assim Um, um grupo de cearense Diziam que eram universitários, sei lá o que era isso Era estudante mesmo Depois de me agradarem muito Fizeram uma exigência Olha, caboco' Quando a gente voltar aqui, outra vez, nesse lugar Nos só damo' dinheiro a você Se você tocar um negoço' lá daqueles pé de serra Cê não é sertanejo? Cê num é da Serra do Araripe? Eu digo: Sou Tá feita a exigência Aí, eu fiz uma recapitulação Organizei esse númerozinho que eu entrei tocando Com ele, aqui, agora o vira e mexe É, foi o primeiro Quando os cearense' chegaram, eu disse pra eles Olha, tenho um negocinho aqui pra empurrar em vocês Então manda! Lasquei brasa! É isso aí, caboco! Naquele tempo era caboco, agora é bicho É isso mesmo! Agora você pode até visitar nossa república Que diabo é isso? Tem uma república lá na Lapa, na pesada Lá é que é pesada mesmo, viu? Só de cearense E você tá convidado pra ir lá tocar pra nóis' Eu fui, 'tava agradando Fui conhecer a república dos cearense' Quando eu cheguei lá, era a maior bagunça do mundo Já viu? República de estudante ainda mais cearense Aí, um em tom de blague, disse assim Apresentei o presidente da república Sabe quem era? Armando Falcão! O homi' quase foi o presidente da repu... Quase foi o Presidente da República mesmo, rapaz Bacharel, deputado, líder, ministro Foi tudo isso Faltou pouco pra ser Presidente da República E se eu nascesse de novo e pudesse escolher Quando chegasse o dia, 24, hoje, né? 24 de março de 1972, a essa horinha mermin' Cês querem saber onde é que eu queria estar? Era aqui com vocês, no Teatro Tereza Raquel Enrolando vocês na conversa contando essa história Com a presença do Deputado Armando Falcão Que tá aqui entre nós, que não me deixa mentir Foi no governo de Juscelino que ele manobrou Manobrou na política, meu irmão Tem nada não, nós tamo' aí O senhor na sua, e eu na minha Agora o senhor tá aguentado aí, aguente Tá sentado aí, aguente meu negócio Que lá vai chumbo, caboco' Vai, boiadeiro, que a noite já vem Guarda o teu gado e vai pra junto do teu bem
Lyrics powered by www.musixmatch.com
instagramSharePathic_arrow_out