Lyrics

Naquela roça grande Não tem chuva é o suor do meu rosto Que rega as plantações; Naquela roça grande Tem café maduro E aquele vermelho-cereja São gotas do meu sangue Feitas seiva. O café vai ser torrado Pisado, torturado, Vai ficar negro, Negro da cor do contratado. Negro da cor do contratado! Perguntem às aves que cantam, Aos regatos de alegre serpentear E ao vento forte do sertão: Quem se levanta cedo? Quem vai à tonga? Quem traz pela estrada longa A tipóia ou o cacho de dendém? Quem capina e em paga recebe desdém Fuba podre, peixe podre, Panos ruins, cinquenta angolares "Porrada se refilares"? Quem? Quem faz o milho crescer E os laranjais florescer? - Quem? Quem dá dinheiro para o patrão comprar Máquinas, carros, senhoras E cabeças de pretos para os motores? Quem faz o branco prosperar, Ter barriga grande - Ter dinheiro? - Quem? E as aves que cantam, Os regatos de alegre serpentear E o vento forte do sertão Monangambééé. Ah! Deixem-me ao menos subir às palmeiras Deixem-me beber maruvo E esquecer diluído Nas minhas bebedeiras Monangambéé...
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